Caros leitores, hoje vamos deixar de lado a objectividade que pretendemos manter neste blogue, fazendo, excepcionalmente, uma incursão pelo universo da fantasia para viajarmos até um bar irlandês na companhia dos nossos companheiros de viagem, tendo como meio de transporte a verde paisagem sonora que o tema Big Brother Joe nos oferece. Para isso basta recuarmos até 1980, ano em que José Cid lança para o mercado internacional o seu primeiro disco totalmente gravado em inglês, “My Music” (Orfeu FPAT 6009) meses após a sua participação no Festival da Eurovisão da Canção, na qual conquistou o 7.º lugar, entre 19 participantes.
Na nossa visão muito pessoal sobre o que é uma canção diferente das outras, há uma certeza que há muitos anos vimos tendo: muito mais do que um som que nasce do nada, uma boa composição musical deve trazer sempre consigo uma espécie de cenário auditivo, que nos permita cruzar os instrumentos com a letra da canção e, simultaneamente, entrelaçá-los com a nossa própria imaginação. Assim, se não precisarmos de fazer um grande esforço imaginativo para encontrar cenários mentais através da música que ouvimos, então só poderemos estar perante uma boa canção,que nos transmita mais do que aquilo que estamos a escutar e que nos permita exercitar mais do que um dos nossos sentidos.
O tema que escolhemos para hoje, na nossa opinião, enquadra-se perfeitamente nos cenários auditivos que estamos a traçar. Por mais que tentemos, ao ouvirmos esta canção, só nos conseguimos imaginar na Irlanda, mais o nosso saudoso amigo Big Brother Joe, a beber uma boa caneca de cerveja ou um bom whiskey num pub tradicional, numa roda-viva de extrema animação, onde algumas mulheres, contagiadas com a nossa animação, nos lançam sorrisos do outro lado do bar, enquanto amigos marinheiros se vão juntando à nossa mesa.
Quem estiver mais atento a este tema, ouvirá por certo as pedras de gelo a escorregar para dentro dos copos de whiskey , que se vão enchendo à medida que a animação avança à volta da nossa mesa, contagiando já todo o bar, onde entretanto já todas as restantes pessoas cantam em coro as nossas canções, noite dentro até de manhã, acompanhados ao acordeão por José Cid, que num registo vocal quase irreconhecível nos vai conduzindo para a nostalgia das grandes amizades que perduram no tempo.
Big Brother Joe, um tema tão especial por ser o nosso preferido deste disco, foi assim, naturalmente, o eleito como tema de apresentação de mais um (!) dos álbuns de José Cid cuja edição em CD ainda não existe. Confessamos que olhamos sempre com desconfiança quando um português se aventura a cantar em inglês, pois a nossa grande paixão pela música portuguesa, leva-nos, por vezes, a tecer comentários mais depreciativos sobre portugueses que cantam em inglês. Se por um lado sabemos que não é fácil compor em português, por outro lado também temos noção de que não pode ser qualquer um a aventurar-se a cantar em inglês. Não pretendemos idolatrar José Cid neste blogue, pois nós próprios conhecemos uma ou outra canção de José Cid cantada em inglês que não apreciamos tanto. No entanto, o disco My Music é todo ele uma excepção à regra e logo à primeira audição tivemos que dar o braço a torcer: estamos na presença de um músico que interpreta como ninguém aquilo que melhor soube fazer até aos anos 80: música rock, de influência anglo-saxónica, toda ela tão presente neste disco.
Talvez este tema não seja o ideal para mostrar ao ouvinte o perfeito à vontade de José Cid a cantar com feeling natural os temas pop rock que constituem este albúm, na lingua materna dos seus ídolos de juventude. Parece-nos, no entanto, o mais diferente e camaleónico de todos. Se José Cid não tivesse nascido com inclinação natural para a música rock, jamais conseguiria gravar um disco em inglês tão bem gravado, disso não temos quaisquer dúvidas.
Há, no entanto, uma outra personagem que temos que referir na mensagem de hoje: Mike Sergeant, guitarrista, cantor, ex-membro dos Greenwindows ,companheiro de José Cid nas lides musicais, que assinou os arranjos de todos os temas deste disco, contribuindo ainda com o original da sua autoria “ Sycamore Square”. (Aliás, fica já a promessa que mais para a frente, dedicaremos uma mensagem desde blogue toda ele dedicada a Mike Sergeant). Sem ele este álbum de José Cid, não seria o mesmo.
Infelizmente, estamos perante um disco pouco conhecido e do qual também não temos muita informação. Sabemos, no entanto, que a história deste disco não teria sido a mesma se José Cid tivesse ganho o Festival da Eurovisão da Canção desse ano, pois foi gravado numa tentativa de internacionalização de José Cid, toda ela pensada no sucesso que dele se esperava na final do Festival da Canção, com o tema “Um Grande, Grande Amor.”
Apesar de tudo, José Cid conseguiu a extraordinária faceta, só ao alcance de meia dúzia de cantores portugueses, de ter tido sucesso no estrangeiro, cantando em português. Razão tinha José Cid ao dizer que “se Elton John tivesse nascido na Chamusca não seria tão conhecido como ele”. Este disco comprova-o, pois o pior deste disco consegue ser infinitamente superior ao (supostamente) melhor da música estrangeira que invade as playlists das rádios portuguesas.
O leitor que nos perdoe os nossos devaneios mas o whiskey que esta música nos oferece a isso nos conduziu.
Na nossa visão muito pessoal sobre o que é uma canção diferente das outras, há uma certeza que há muitos anos vimos tendo: muito mais do que um som que nasce do nada, uma boa composição musical deve trazer sempre consigo uma espécie de cenário auditivo, que nos permita cruzar os instrumentos com a letra da canção e, simultaneamente, entrelaçá-los com a nossa própria imaginação. Assim, se não precisarmos de fazer um grande esforço imaginativo para encontrar cenários mentais através da música que ouvimos, então só poderemos estar perante uma boa canção,que nos transmita mais do que aquilo que estamos a escutar e que nos permita exercitar mais do que um dos nossos sentidos.
O tema que escolhemos para hoje, na nossa opinião, enquadra-se perfeitamente nos cenários auditivos que estamos a traçar. Por mais que tentemos, ao ouvirmos esta canção, só nos conseguimos imaginar na Irlanda, mais o nosso saudoso amigo Big Brother Joe, a beber uma boa caneca de cerveja ou um bom whiskey num pub tradicional, numa roda-viva de extrema animação, onde algumas mulheres, contagiadas com a nossa animação, nos lançam sorrisos do outro lado do bar, enquanto amigos marinheiros se vão juntando à nossa mesa.
Quem estiver mais atento a este tema, ouvirá por certo as pedras de gelo a escorregar para dentro dos copos de whiskey , que se vão enchendo à medida que a animação avança à volta da nossa mesa, contagiando já todo o bar, onde entretanto já todas as restantes pessoas cantam em coro as nossas canções, noite dentro até de manhã, acompanhados ao acordeão por José Cid, que num registo vocal quase irreconhecível nos vai conduzindo para a nostalgia das grandes amizades que perduram no tempo.
Big Brother Joe, um tema tão especial por ser o nosso preferido deste disco, foi assim, naturalmente, o eleito como tema de apresentação de mais um (!) dos álbuns de José Cid cuja edição em CD ainda não existe. Confessamos que olhamos sempre com desconfiança quando um português se aventura a cantar em inglês, pois a nossa grande paixão pela música portuguesa, leva-nos, por vezes, a tecer comentários mais depreciativos sobre portugueses que cantam em inglês. Se por um lado sabemos que não é fácil compor em português, por outro lado também temos noção de que não pode ser qualquer um a aventurar-se a cantar em inglês. Não pretendemos idolatrar José Cid neste blogue, pois nós próprios conhecemos uma ou outra canção de José Cid cantada em inglês que não apreciamos tanto. No entanto, o disco My Music é todo ele uma excepção à regra e logo à primeira audição tivemos que dar o braço a torcer: estamos na presença de um músico que interpreta como ninguém aquilo que melhor soube fazer até aos anos 80: música rock, de influência anglo-saxónica, toda ela tão presente neste disco.
Talvez este tema não seja o ideal para mostrar ao ouvinte o perfeito à vontade de José Cid a cantar com feeling natural os temas pop rock que constituem este albúm, na lingua materna dos seus ídolos de juventude. Parece-nos, no entanto, o mais diferente e camaleónico de todos. Se José Cid não tivesse nascido com inclinação natural para a música rock, jamais conseguiria gravar um disco em inglês tão bem gravado, disso não temos quaisquer dúvidas.
Há, no entanto, uma outra personagem que temos que referir na mensagem de hoje: Mike Sergeant, guitarrista, cantor, ex-membro dos Greenwindows ,companheiro de José Cid nas lides musicais, que assinou os arranjos de todos os temas deste disco, contribuindo ainda com o original da sua autoria “ Sycamore Square”. (Aliás, fica já a promessa que mais para a frente, dedicaremos uma mensagem desde blogue toda ele dedicada a Mike Sergeant). Sem ele este álbum de José Cid, não seria o mesmo.
Infelizmente, estamos perante um disco pouco conhecido e do qual também não temos muita informação. Sabemos, no entanto, que a história deste disco não teria sido a mesma se José Cid tivesse ganho o Festival da Eurovisão da Canção desse ano, pois foi gravado numa tentativa de internacionalização de José Cid, toda ela pensada no sucesso que dele se esperava na final do Festival da Canção, com o tema “Um Grande, Grande Amor.”
Apesar de tudo, José Cid conseguiu a extraordinária faceta, só ao alcance de meia dúzia de cantores portugueses, de ter tido sucesso no estrangeiro, cantando em português. Razão tinha José Cid ao dizer que “se Elton John tivesse nascido na Chamusca não seria tão conhecido como ele”. Este disco comprova-o, pois o pior deste disco consegue ser infinitamente superior ao (supostamente) melhor da música estrangeira que invade as playlists das rádios portuguesas.
O leitor que nos perdoe os nossos devaneios mas o whiskey que esta música nos oferece a isso nos conduziu.
Clique no play para ouvir um excerto da canção