Depois de “Nunca mais é sexta-feira!” (disco que passou despercebido), José Cid lança ainda no mesmo ano, mas desta vez para uma outra editora, um outro disco que conseguiu suscitar mais interesse do que o certamente esperado. Isto porque o tema de abertura do álbum, igual ao nome com que José Cid baptizou o disco, era, sem sombra de dúvidas, bastante apelativo: “Pelos Direitos do Homem!”, canção que evoca, de forma geral, as violações dos direitos humanos perpetrados durante as grandes guerras e regimes ditatoriais e, em particular, o drama do Massacre de Dili, em Timor e consequentes tumultos que se seguiram entre as milícias Pró-Indonésia e os defensores da independência do povo de Timor-leste. Com a memória do massacre de1991 ainda bem presente e pelo protagonismo que a figura do então prisioneiro Xanana Gusmão inspirava em todo o planeta, enquanto guerrilheiro pela liberdade esperada do povo timorense, Pelos Direitos do Homem acaba por ser, não apenas um mero apelo ao respeito dos direitos humanos, mas também uma homenagem a todos aqueles que “ morreram indefesos e heróicos” vitimas de todos aqueles que promovem guerras e a dor universal”, em detrimento da paz dos povos. Não é por acaso, portanto, que breves referências a Auschwitz, ao Vietnam, à Sibéria e à prisão do Tarrafal, transformam os versos desta canção numa composição cheia de conteúdo à luz da tématica dos direitos do homem. Diga-se, aliás, que em relação à questão de Timor, os versos de Cid são bastante explícitos: “ E se eu fosse um guerrilheiro em Timor, que fuzilassem no alto da falésia/ Eu gritaria de raiva e de dor/ Viva Xanana, abaixo a Indónesia”.
Á semelhança de outros projectos, pois foram muitos os artistas que se uniram à causa timorense, José Cid, atento e pleno de oportunidade, também ele reuniu em sua casa, em Mogofores, Miguel Ângelo (Delfins), Sara Tavares, Olavo Bilac (Santos & Pecadores) e Inês Santos, para juntos cantaram cada um dos versos que compõem esta composição. Para os mais saudosistas, esta canção trata-se de um momento musical que, não se pode dissociar, pelas suas parecenças, com o de 1985, aquando da gravação do single“ Um abraço a Moçambique” que contou a colaboração de mais de uma dezena de artistas, incluindo José Cid, projecto que apelava a uma causa humanitária. Mesmo que em contextos e em épocas diferentes, “Pelos Direitos do Homem!” é uma canção terá que ser considerada necessariamente uma canção de intervenção, gravada numa época em que a liberdade em Portugal, pelo menos de forma aparente, ainda se mantém em Portugal.
Fazendo parte de um disco atípico de José Cid, em que metade dos temas são versões de alguns dos mais conceituados artistas portugueses (como Pedro Abrunhosa, Sérgio Godinho ou Pedro Ayres Magalhães) Pelos Direitos do Homem! ( CD RCA 74321 1350032, também disponível em K7), é uma boa excepção à sonoridade predominante no resto do disco, marcado pelo predomínio das programações rítmicas e sequenciações de Rui Vaz e Francisco Martins. Pelo conjunto de todos os instrumentos tocados, a até pelo lado mais gospel que o seu refrão nos oferece, cremos que a canção Pelos Direitos do Homem !, é a referência e escolha natural para apresentarmos aos nossos leitores enquanto amostra desse trabalho musical de José Cid.
Á semelhança de outros projectos, pois foram muitos os artistas que se uniram à causa timorense, José Cid, atento e pleno de oportunidade, também ele reuniu em sua casa, em Mogofores, Miguel Ângelo (Delfins), Sara Tavares, Olavo Bilac (Santos & Pecadores) e Inês Santos, para juntos cantaram cada um dos versos que compõem esta composição. Para os mais saudosistas, esta canção trata-se de um momento musical que, não se pode dissociar, pelas suas parecenças, com o de 1985, aquando da gravação do single“ Um abraço a Moçambique” que contou a colaboração de mais de uma dezena de artistas, incluindo José Cid, projecto que apelava a uma causa humanitária. Mesmo que em contextos e em épocas diferentes, “Pelos Direitos do Homem!” é uma canção terá que ser considerada necessariamente uma canção de intervenção, gravada numa época em que a liberdade em Portugal, pelo menos de forma aparente, ainda se mantém em Portugal.
Fazendo parte de um disco atípico de José Cid, em que metade dos temas são versões de alguns dos mais conceituados artistas portugueses (como Pedro Abrunhosa, Sérgio Godinho ou Pedro Ayres Magalhães) Pelos Direitos do Homem! ( CD RCA 74321 1350032, também disponível em K7), é uma boa excepção à sonoridade predominante no resto do disco, marcado pelo predomínio das programações rítmicas e sequenciações de Rui Vaz e Francisco Martins. Pelo conjunto de todos os instrumentos tocados, a até pelo lado mais gospel que o seu refrão nos oferece, cremos que a canção Pelos Direitos do Homem !, é a referência e escolha natural para apresentarmos aos nossos leitores enquanto amostra desse trabalho musical de José Cid.
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