segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

História verdadeira de natal

Gostaríamos de acreditar que o Natal fosse verdadeiramente todos os dias. Gostaríamos de assistir todos os dias à união das famílias, num clima de verdadeira fraternidade contagiante e universal ao ponto de esta ultrapassar as paredes dos lares e se repercutir em todos os povos, para que terminassem as guerras e o sofrimento das gentes inocentes. Em contrapartida, assistimos a mais um Natal que se celebra todos os anos e não todos os dias, com os valores da paz, da família e da comunhão a ele inerentes a ecoarem por todos os cantos do Mundo apenas durante as últimas semanas do Ano. Todos os anos, por esta altura se multiplicam os apelos à solidariedade, ao amor, à família, fazendo a todos crer, ainda que durante apenas dois ou três dias, que somos todos irmãos e que à nossa volta não existe inveja, nem ciumes um dos outros. Mas será mesmo assim ? Será essa a história verdadeira de Natal ?
Cremos que não. Enquanto uns celebram nas suas casas a união da família e a paz, outros tantos continuam a viver em bairros da lata totalmente desamparados ou com a guerra a bater-lhes à porta. Para esses, o Natal não passa de uma ilusão ou, quanto muito, de uma mera miragem. Para esses não há Natal. E para essas mães que alimentam os filhos com o sofrimento de todos os dias, o Natal é apenas um sonho que por elas passa ao lado durante.
A tal facto não foi também indiferente José Cid, que pegando num poema de Natália Correia com o título de " História Verdadeira de Natal" ( que ainda hoje se mantêm actual ) depois de musicá-lo, grava-o para o seu o seu segundo E.P. a solo para a Valentim de Carvalho, o qual veio a ser lançado para o mercado com o mesmo nome em 1972.
Musicalmente trata-se de um E.P. bastante variado embora seguindo a mesma linha melódica do primeiro E.P., no qual José Cid toca todos os instrumentos, tal qual homem dos sete instrumentos ( piano, cravo, viola, órgão, flauta, baixo e bateria). Sobre a canção que hoje nos prende a atenção, destacamos a própria presença de Natália Correia, que declama parte do poema, já na parte final da canção. Não olvidaremos ainda a influência de Natália Correia na obra discográfica de José Cid, a quem José Cid acabou por recorrer por diversas vezes ao longo da sua carreira, musicando muitos dos seus poemas
"História Verdadeira de Natal", para além do poder ser encontrada no E.P. ( Columbia 8E 016-40162 ), pode também ser encontrada, com excelente qualidade musical no recente CD compilação de 2008 lançada pela Valentim de Carvalho" O melhor de José Cid" e numa colectânea de 2006 ( com pior qualidade sonora) " Os grandes Êxitos de José Cid...", para além do LP de 1990 " O melhor de José Cid".



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